A rapariga reluzia quando saía à rua. Ele vivia sem ver a
luz do sol e pensava nela quando ainda estava mais escuro. Ela era cobarde e
evitava ver o seu rosto. Ele sem ela ficava mal disposto. Ambos nutriam escondidas
afeições não igualitárias um pelo outro.
Os breves encontros a sós estavam contados, fugazes e cada
vez mais escassos. Ela não era de ninguém, ele era de quem o adoptasse de
alguma forma. Ela contentava-se com pouco mas gostava do reflexo dos seus olhos
verdes nos seus olhos negros. Ela tinha medo de o enganar com falinhas bravas
pois eram as que mais o conquistavam. Quando ele vivia achava que estava a
sonhar e quando sonhava sentia-se a viver. Ele era um enigma, um fugitivo persistente, uma força corrente. Mais tarde ou mais cedo desistiria da rapariga. Se continuasse ela encolher-se-ia, se travasse ela de si duvidaria.
Ela atirava-lhe o pão e depois varria-o mas isso não o impedia de se curvar a seus pés.
(confuso, mas não importa)
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