Apetece-me atirar os meus apontamentos e livros para uma
pira de fogo e fazer uma dança cherokee num rico cenário rupestre. Oh, the
relief.
Se bem que estou-me a ver a voltar à faculdade para fazer a
segunda fase de uma cadeira, mas até lá tenho uma semana de vida de trambolho a
levar (séries, filmes, leituras para por em dia). Com tanto trabalho aprendi que um dia não nos fornece tempo para nada.
Quanto mais planeamos fazer num dia menos realizados nos sentimos ao fim do
dia. E dormir é um acto que eu prezo tanto e não consigo deixar de lado em prol
de outras coisas! Isto é de mim, que preciso do meu sono de beleza senão não
funciono de todo. Se eu quisesse acho que dormia tanto, acho que teria a
capacidade do desafio de me deixar debaixo dos lençóis dois dias seguidos.
e quem diz boas notas também diz
sucesso no trabalho.
Enterrando o assunto e os queixumes hoje vi o tão falado “Silver Linings
Playbook” e aqui vai o meu feedback, começando pelas pré-impressões e
terminando no dito filme.
O que é que me sugeriu o poster?
Cliché. Cliché everywhere.
Pelo menos eu pensei logo nos dois
actores principais. Os dois, jovens e atraentes obviamente iriam ter alguma relação
e acabar juntos e felizes no final do filme. Por pouco que tinha visto do
trailer e do título original, “Silver linings playbook” sugeriu-me que o Cooper
era um pseudo-louco que queria mudar a sua vida, escrevia um livro/diário com
os passinhos para o fazer e no fim conseguiu. Em suma, por essa abordagem, não
seria o típico filme que me atraíria para o grande ecrã. Finais ridiculamente felizes
já há bastantes, basta ver uma novela da Globo ou da Tvi.
Hoje fiz download do filme (toca a fazer, minha gente, já está em boa qualidade) e vi o filme sem intervalos, mínimos cuts para ir fazer alguma coisa, de tão excepcional que eu o estava a achar. No início é tudo muito confuso, vemos um homem, Pat, com um transtorno de personalidade, muito frágil e saído de uma clínica onde esteve internado. À medida que o filme avança é como se estivéssemos a entrar na mente do protagonista sem que ele faça muito por isso, os seus recalcamentos e origens do seu comportamento vão sendo revelados e chega a uma altura em que eu mesma senti pena do tipo. Pressionado a mudar a sua vida e a ser positivo, Pat aceita jantar em casa de velhos amigos e conhece a Tiffany (Jennifer Lawrence, actriz de 22 anos) que me surpreendeu demasiado com a sua interpretação de mulher mais velha e víuva. Sim, a história teve um final feliz mas não foi assim tão cliché como eu a considerava mas sim deveras humana. Pontos altos:
A relação pais-filho: Mostra toda a
crueza da tensão e das discussões mas é tão
bela ao mesmo tempo. Remete-nos para a reflexão de como mesmo quando crescemos
e batemos lá no fundo, temos as nossas figuras paternas, que também com os seus
defeitos, tentam emergir o melhor que há em nós, que nos conhecem desde a mais
remota inocência e para eles seremos sempre os seus bebés, por mais idade e
independência que tenhamos.
A importância da música: Quando a
Tiffany ensina dança ao Pat começa aos poucos por dar dicas da expressão
física, essa cena é um dos pontos altos.
A química: O bradley cooper e a
jennifer lawrence tiveram ali uma sintonia tão impressionante mesmo tendo poucas manifestações físicas de afecto, só os simples momentos de silêncio entre eles resultaram muito bem.
Não me alongo mais para não estragar as expectativas. Se já viram, comentem o que acharam! Se ainda não viram mas se já viram outros fresquinhos do cinema comentem também a recomendar! (ou então deixem-me triste e leiam isto e não comentem)