sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

alívio



Apetece-me atirar os meus apontamentos e livros para uma pira de fogo e fazer uma dança cherokee num rico cenário rupestre. Oh, the relief.
Se bem que estou-me a ver a voltar à faculdade para fazer a segunda fase de uma cadeira, mas até lá tenho uma semana de vida de trambolho a levar (séries, filmes, leituras para por em dia). Com tanto trabalho aprendi que um dia não nos fornece tempo para nada. Quanto mais planeamos fazer num dia menos realizados nos sentimos ao fim do dia. E dormir é um acto que eu prezo tanto e não consigo deixar de lado em prol de outras coisas! Isto é de mim, que preciso do meu sono de beleza senão não funciono de todo. Se eu quisesse acho que dormia tanto, acho que teria a capacidade do desafio de me deixar debaixo dos lençóis dois dias seguidos.

e quem diz boas notas também diz sucesso no trabalho.


Enterrando o assunto e os queixumes hoje vi o tão falado “Silver Linings Playbook” e aqui vai o meu feedback, começando pelas pré-impressões e terminando no dito filme.


O que é que me sugeriu o poster? Cliché. Cliché everywhere.
Pelo menos eu pensei logo nos dois actores principais. Os dois, jovens e atraentes obviamente iriam ter alguma relação e acabar juntos e felizes no final do filme. Por pouco que tinha visto do trailer e do título original, “Silver linings playbook” sugeriu-me que o Cooper era um pseudo-louco que queria mudar a sua vida, escrevia um livro/diário com os passinhos para o fazer e no fim conseguiu. Em suma, por essa abordagem, não seria o típico filme que me atraíria para o grande ecrã. Finais ridiculamente felizes já há bastantes, basta ver uma novela da Globo ou da Tvi.
Hoje fiz download do filme (toca a fazer, minha gente, já está em boa qualidade) e vi o filme sem intervalos, mínimos cuts para ir fazer alguma coisa, de tão excepcional que eu o estava a achar.  No início é tudo muito confuso, vemos um homem, Pat, com um transtorno de personalidade, muito frágil e saído de uma clínica onde esteve internado. À medida que o filme avança é como se estivéssemos a entrar na mente do protagonista sem que ele faça muito por isso, os seus recalcamentos e origens do seu comportamento vão sendo revelados e chega a uma altura em que eu mesma senti pena do tipo. Pressionado a mudar a sua vida e a ser positivo, Pat aceita jantar em casa de velhos amigos e conhece a Tiffany (Jennifer Lawrence, actriz de 22 anos) que me surpreendeu demasiado com a sua interpretação de mulher mais velha e víuva. Sim, a história teve um final feliz mas não foi assim tão cliché como eu a considerava mas sim deveras humana. Pontos altos:

A relação pais-filho: Mostra toda a crueza da tensão e das discussões mas é tão bela ao mesmo tempo. Remete-nos para a reflexão de como mesmo quando crescemos e batemos lá no fundo, temos as nossas figuras paternas, que também com os seus defeitos, tentam emergir o melhor que há em nós, que nos conhecem desde a mais remota inocência e para eles seremos sempre os seus bebés, por mais idade e independência que tenhamos.
A importância da música: Quando a Tiffany ensina dança ao Pat começa aos poucos por dar dicas da expressão física, essa cena é um dos pontos altos.
A química: O bradley cooper e a jennifer lawrence tiveram ali uma sintonia tão impressionante mesmo tendo poucas manifestações físicas de afecto, só os simples momentos de silêncio entre eles resultaram muito bem.


 Não me alongo mais para não estragar as expectativas. Se já viram, comentem o que acharam! Se ainda não viram mas se já viram outros fresquinhos do cinema comentem também a recomendar! (ou então deixem-me triste e leiam isto e não comentem)

5 comentários:

  1. Vi o trailer do filme e pareceu interessante, não sabia é que já andava aí para ser pirateado.

    Ah e dormir é muito bom :)

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  2. Eu ando mais numa de contar quantas vezes se diz "nigga" no filme Django e como é que o responsável dos seguros deixou continuarem a filmar enquanto o Leo perde meio litro de sangue numa cena (além de terem usado um martelo verdadeiro naquela cena e ele ser martelado a poucos centimetros da cabeça da coitada da Hildi).

    Mas tendo sido arrastado pera o Silver Linings logo na antestreia aqui em Londres a coisa para mim goes like this.

    Fake advertisement: Ela diz que dormiu com toda a gente no emprego e depois passa o filme todo sem dormir com ninguém... premissa de comédia romântica. São todos uns malucos historicamente mas a partir dali fica tudo muito monogámico.

    Robert DeNiro faz aquela cara do início do filme Outra Questão de Nervos em que está a tentar passar por maluco para sair da cadeia... má direcção de actor

    Nos últimos dois terços do filme o Junior não tem nenhum comportamento neurótico: mal começa a dar ás coxas na garagem passa-lhe toda a ansiedade, mesmo com a questão da carta e tal e tali. O que diminiu o interesse do filme em termos de ver o personagem como maníaco. A parte que gostei mais do filme foram as crises do início.

    No fim ele vai ter com a Nikki e manda-a dar uma curva. Típica cena de gajo a trocar mulher mais velha por outra mais nova/boazona (e neste caso, aparentemnte pq não vimos nada, mais /galdéria).

    O irmão do Pat paira de forma esquisita em todo o filme, a relação dos dois nunca é muito explorada...

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  3. Quanto ao triângulo... falta uma dimensão que muitas vezes nos esquecemos quando somos novos. O tempo. A borga pode ser adiada para mais tarde, quando formos presidentes da companhia e tivermos duas assistentes e o champagne nos for oferecido, bem como a refeição em que o bebemos...

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    1. Concordo com os pontos que referiste noiseformind, mas temos que dar o desconto, filme é filme, se fossem revelados todos os pormenores e preenchidas as lacunas que damos importância o filme teria a duração de 24h.
      Quanto à tua opinião acerca da borga, jasus. Isso se fosse aplicado a mim, se eu reservasse os momentos de festa só para a minha vida profissional era uma louca de tanta tensão recalcada.
      ps:se a tua vída tem o mesmo nível de epicness que os teus comentários ou se faz jus ao que dizes tens aqui uma fã!

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  4. Já vi, mas custou muito até conseguir acabá-lo, pois adormecia sempre ou havia sempre algo a impedir-me de ver o filme por completo. Gostei, embora não tenha sido dos meus filmes preferidos. Penso que o desempenho do Cooper me desiludiu um pouco, no entanto a Lawrence surpreendeu-me, pois o papel não era fácil de interpretar, e o De Niro, fantástico como sempre, como não podia deixar de ser, o homem é um Boss.
    Não posso deixar de recomendar que vejas o Now is Good com a Dakota Fanning, pois amei e já não tinha mais lágrimas para chorar, é tão lindo o filme! Ah, e o The Perks Of Being a Wallflower, também recomendo, gostei imenso.

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