sábado, 27 de outubro de 2012

sweet nothing

O ser humano é tão estúpido e desprezível que opina acerca das mínimas escolhas de gente alheia. Ultimamente só me dá vontade de desistir das pessoas, de deixar de me dar com uma grande porção de gente que conheço só para não ter a memória de momentos ridículos a matutar na minha cabeça. Porque é que as pessoas não pensam antes de abrir a boca? Não pensam no quão inoportunos podem ser, selectivos, desnecessários e no quão podem magoar alguém. Individualismo de merda. Desde que estejam bem, tudo está bem, mas quando são as mesmas a passar mal descem do nível de pavão.
Porque é que cada vez é mais difícil criar laços com alguém? Conhecer alguém verdadeiramente, os gostos, interesses, sonhos, angústias... actualmente temos tantas facilidades de socialização a nosso dispor que nos soa como desculpa para ter mais amigos e um círculo social alargado. As pessoas julgam-se amigas de alguém que conheceram à pouco tempo mas não se apercebem que só são necessárias à outra quando lhe convém. De que nos vale as conquistas sociais? Conhecer alguém, naturalmente, com conversas cara-a-cara com essa pessoa é cada vez mais raro e precioso. Hoje em dia criam-se grupos para saídas cujas razões de convívio são o álcool e a desculpa para o roçanço. Cada vez menos se vivencia a beleza da simplicidade de troca de palavras e olhares, a noção apreendida de sintonia, o estado de afinidade, a demonstração real de compreensão, o crescimento pessoal que podemos obter numa simples conversa com outrem. Esta década não é para mim, preferia ter nascido umas décadas atrás em que não havia estas facilidades todas, mas sobretudo, se vivia, se sentia, nem a enormidade da crise existia.

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