domingo, 2 de dezembro de 2012

personal writings

O teu cheiro é o pior que já me aconteceu. Não foste tu, foi o teu cheiro. O teu rasto. De ti pouco me lembro. Vives em mim, mas não me lembro. Foste demasiado bom para ser verdade, como os sonhos, passas-te por mim como oito horas de sono passam a correr. Só nos lembramos quando acordamos, e depois, esquecemos. Mas não me esqueci de como estava nessas oito horas. Oh, não. Como a tua presença exacerbou o teu cheiro em mim e eu só me queria drogar desse cheiro. Agora vou-me privar de tudo só para não voltar a sentir o que emanas. Vou correr num dia em que o ar saiba a fogo. Vou mergulhar no oceano mais desconhecido e cobrir-me de algas. Vou viver com o musgo e a areia. Encher-me-ei de flores e tomarei banho com o correr da chuva. As páginas de escritos farão parte de mim, os cascos de árvores serão os meus melhores amigos e a terra a minha cama. Terei todos os cheiros da natureza em mim absorvidos, até deixar de te ter totalmente. Até não conseguir cheirar mais nada. Até só querer olhar.

- escrito por mim

2 comentários:

  1. Respostas
    1. não beatriz, pelo contrário ahah :P
      simplesmente "fingi" como o pessoa, baseando-me também na minha maneira de ser e na importância que dou aos cheiros que considero que às vezes podem mais fortemente revivar certas recordações com alguém do que propriamente uma imagem ou ver esse alguém :D

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